quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Viagem para o Himalaya
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Camel Safari
Como havíamos marcado há algum tempo, fomos pro deserto fazer um safári de camelo. Eu tinha combinado com o Stéfano um outro brasileiro amigo meu de outras viagens, como ENEGEP em Fortaleza. Íam também mais quatro pessoas que moram também em Gurgaon (cidade da região metropolitana de Delhi). Mas, chegando a data da viagem, outras pessoas resolveram ir e finalmente fomos em 9 pessoas. Foi bom porque dá pra conhecer mais gente e fazer mais farra, mas ruim porque a gente acaba tendo menos contato com outras pessoas e tudo demora muito pra resolver e fazer, tipo restaurante etc.
Fomos de trem numa classe sem ar condicionado (sleeper class), 20 e poucas horas de viagem... as 5 últimas numa poeira e areia terríveis! A viagem foi longa, bem longa. Logo que chegamos fomos pra um hotel que um amigo de alguém recomendou, bom hotel... Não tão caro... Mas o restaurante era terrível porque além de demorar e vir tudo errado os pedidos, a qualidade deixou a desejar... Não comemos mais lá!
Agendamos nosso safári de camelo para o dia seguinte e fomos passear pelo forte. A cidade tem um forte que na verdade era a cidade em si há anos atrás... O forte é bem grande e bonito, mas muitas partes estão mal cuidadas e outras fedem esgoto... Ainda hoje moram cerca de 5 mil pessoas dentro do forte, segundo estatísticas locais. Isso sem contar as vacas e os morcegos. O interessante é que não tem nenhuma área verde, só pedra, e mesmo assim tem várias vacas por lá, não sei o que elas comem... Se bem que fora do forte também é uma cidade de areia, então faz pouca diferença...
Depois do jantar fui tirar uma soneca na varanda do hotel, vendo a lua e as estrelas... muito melhor que ficar no quarto quente com mais dois macacos, um russo e um polonês... mas depois acabei indo pro quarto; um pouco apertado o sofazinho que eu estava deitado.
Enfim, o Safári. Saímos de jipe após duas horas para acertar as 9 contas do hotel e fomos para uma área mais afastada. Passamos por um tempo jainista, por uma vila e enfim chegamos ao lugar onde pegamos os camelos. Não estava tão quente assim como esperava, o que é bom...
Então seguimos por algumas horas pelo deserto e logo chegamos em uma vila... Era um vila pequena, devia ter umas vinte ou trinta casas no máximo. Bem legal como as casas são construídas (com acabamento em bosta de vaca... ou camelo, sei lá...) e como as crianças gostam de fotos! Nessa vila compramos um “whisky” feito de árvores, folhas e cactos do deserto, segundo informações locais... era um negócio meio verde nada cristalino e que tem um gosto de álcool mas que não chega nem perto de whisky (acho que eles chamam whisky da mesma forma como falamos que vamos beber umas cachaças, mas na verdade bebemos cerveja, vinho, etc...). A bebida lembra um pouco uma pinga, mas é mais fraca um pouco. Ah, tinha uma mulher na vila que até vendia coca-cola, hahahaha... coca-cola no deserto... mas não estava gelada, é querer demais também, né!
Senti que as pessoas da vila ficaram um pouco incomodadas com nossa presença e nossas máquinhas fotográficas apontado para tudo e para todos... Eu também ficaria. Acaba sendo um pouco invasão de privacidade... uma vila pequena assim é um lugar muito mais íntimo que uma cidade. Às vezes o turismo tem esses efeitos não tão bons... e logo as crianças aprendem a pedir “one rupees please”...
Depois da vila fomos para uma parte que tinha umas dunas mais altas e bem formadas para vermos o pôr do sol...
Sol se posto, voltamos para o lugar onde pegamos os camelos para jantarmos... Como diz o povo local “On the desert, no toilet, no shower; 24h a day full power”, ficamos sem banho e fazendo as necessidades no matinho, ou na areinha no caso. O jantar foi ótimo e também teve uma apresentação de dança local com um homem vestido de mulher...
Findo o jantar, voltamos para as dunas onde nossos colchões estavam esperando... saímos pra recolher um pouco de lenha sob a luz da lua, fizemos uma fogueira e ficamos conversando e tomando o whisky esquisito do deserto. Logo um por um foi dormir! Eu e o Stéfano decidimos sair pra caminhar um pouco no deserto e conversar um pouco. A lua estava bem clara e a temperatura estava muito agradável. Na volta nos perdemos e pra piorar tinha um bicho seguindo a gente, não sei o que era, mas tinha o tamanho de um cachorro médio e estava tentando cercar a gente. Ficamos um pouco com medo, foi uma meia hora de tensão... mas logo achamos o resto do pessoal e fomos dormir também.
Acordamos com o sol na cara no outro dia, tomamos café, camelamos mais um pouco e ficamos esperando o jipe. Nessa hora pude notar uma grande semelhança entre o “ten minutes” de indiano e o “ali” de mineiro... Depois de esperar quase duas horas pelo jipe, pegamos carona em um trator por uns 10 km e depois encontramos o jipe no caminho... Nesse meio tempo o pessoal até fez bunda lelê pra um busão cheio de americanas gordas que passou por nós...
Chegamos de volta no hotel, tomamos um banho depois de dois dias sem isso e pegamos o trem de volta pra Delhi. A viagem foi um horror, num sei de onde saiu tanto indiano naquele dia. Eles invadiram o ônibus e começaram a se empoleirar em todos os espaços vazios do trem... deitavam no chão, no corredor, na entrada do banheiro, colocavam as crianças junto com outros passageiros, uma zona... ainda bem que não aceitam mais porcos, galinhas e papagaios nos trens...