quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Como ganhar a vida na Índia

Como em todo lugar no mundo, a população da Índia tem suas maneiras de ganhar a vida. num país tão populoso e caótico não é de se estranhar que a maioria dos trabalhos seja informal e, ainda, em condições não muito agradáveis... Vamos começar por esse aí! Em alguns lugares ainda existe o Rickshaw puxado manualmente. A população e os turistas utilizam para percorrer curtas distâncias, é bem barato! O transporte é até rápido, o motorista chega a "galopar" as vezes, dependendo das condições do terreno. Tive que experimentar... A sensação é horrível, primeiro porque eu me senti muito mal com uma pessoa me puxando como se fosse um cavalo, segundo porque tive a impressão de que ia cair... Tomara que essa profissão seja extinta e que essas pessoas consigam um trabalho digno! Ao virar uma esquina você pode se deparar com um salão de beleza! Algumas pessoas que não marcaram horário esperam para ser atendidos... o ambiente é um pouco informal, bem arejado e iluminado (pelo menos durante o dia)... Quis experimetar também, mas pra falar a verdade fiquei com medo... vai saber, né... dia de chuva é day-off! Você pode se deliciar em um dos "Indian Traditional Street Fast Food". A comida é bem barata e de higiene duvidosa... mas para quem tem restrições monetárias essa se torna uma boa (senão única) opção... Eu não arrisquei esse também não... Todos os lugares são lotados de animais... e eles se alimentam em qualquer lugar! Esses carneirinho aí estão até privilegiados... Notem que o pastor está cuidando deles (agachado mais pra direita, atrás de um branquinho)... Dureza ficar esperando a turma comer hein... mas tem que cuidar senão vira picadinho no fast food... Voltando para as ruas, você pode encontrar em qualquer canto pessoas passando roupa... em geral homens! Eles passam roupa dos clientes e entregam em casa depois... por peça eles cobram 2 rúpias (menos de 15 centavos de real), uma pechincha! E não queimam a roupa (pelo menos ainda não queimaram nenhuma minha)... Eles ainda utilizam aqueles ferros de ferro mesmo, grandes e pesados, com carvão em brasa dentro! Só tinha visto isso no meio das coisas velhas da fazendo do meu avô e me disseram que fazia muuuito tempo que não usavam mais! Esses aí já não têm tanta sorte! Provavelmente são de uma das castas mais baixas... eles catam o lixo nas ruas, é muito pior que serviço de lixeiro porque eles têm que se enfiar no lixo e encher o caminhão usando só uma pá! Eles ficam todo sujos e a catinga é de matar! Coisa rara de se ver aqui é lixeira... então as coisas se acumulam nas ruas e alguém tem que tirar de lá... Se você tiver algum sapato, sandália, chinelo, bolsa ou guarda-chuvas para consertar você pode solicitar os serviços de um dos mestres sapateiros em suas oficinas de beira de calçada... Eles consertam de tudo, têm muitas "peças de reposição em estoque" e fazem o serviço just-in-time... Enquanto você espera o sapateiro consertar aquele seu sapato chulezento e com um buraco no dedão, aquele que você tem há anos e não abre mão, você pode tomar um suquinho feito na hora... Tem várias opções... o de Romã é muito bom!! Os sucos são feitos em uma espécie de multiprocessador que eles lava uma vez por dia só eu acho... mas também é melhor assim, porque se vocês visse a água que eles usam pra lavar, vixe! Bom, não pode preocupar demais não senão não aproveita... Opa! Carne? é dificil mas se encontra... vai saber há quanto tempo essa carne tá aí... mas parece bem fresca sim, é só espantar os mosquitos que dá pra ver... resolvi não comprar dessa vez (nem das outras), num is dar tempo de cozinhar mesmo... às vezes eu não sei se é pior comprar essas "coisas" e cozinhar ou arriscar em algum restaurante... Essas vendinhas também são encontradas em toda esquina... vendem balas, chicletes, cigarros, bujigangas, produtos de higiene pessoal, livros... as vezes também algumas bebidas (sem alcóol)... Opa, mais carne... agora é um peixinho... tava até com uma cara boa... o vendedor joga água nele a cada instante para manter aquele aspecto de fresco (vejam o balde na mão direita dele)... Você escolhe, ele pesa na balança manual e você vai embora com seu peixe! Nesse mercadinho, com várias barracas, o pessoal ganha a vida vendendo temperos, grãos e outros secos... Pois é... tem muito varejo na Índia! Estima-se que há um "estabelecimento" de varejo para cada 90 pessoas, contando com mais de um bilhão de pessoas, são pra lá de 120 milhões de "estabelecimentos"... a maioria informal! Olhá só... esse aí eu tenho certeza que está fresquinho! Eles vendem o frango vivo... você leva pra casa, mata e come... ou pode manter o estoque no quintal por uns dias também... Dá pra escolher até um que pia menos... Então, acabando nosso passeio pelas profissões urbanas mais comuns na Índia, podemos pegar carona nesse busão! Sabe aquelas coisas no painel? São deuses com flores de oferenda... e é bom rezar mesmo, porque os caras andam a mil por hora e as portas vão todas abertas... Dá medo, mas eu ainda não vi nenhuma batida de trânsito... mas atropelamento tem bastante! Eu mesmo quase fui atropelado algumas vezes olhando pro lado errado da rua... mas estou acostumando...